Apesar dessa realidade e na contramão das estatística o BN Mulher pesquisou e entrou em contato com algumas mulheres e empresas que fogem dessa regra e conseguem obter destaque nas empresas que atuam na área de tecnologia. Emanuela Ramos, por exemplo, é Diretora Executiva de Negócios para o setor de Financial Services da Resource, uma das principais multinacionais brasileiras de serviços de TI e Integração Digital. Emanuela é a única mulher à frente de um cargo de liderança na área de TI na companhia. Ela integra o time da Resource há nove anos e é responsável pelo desenvolvimento de estratégias para empresas que estão transformando digitalmente seus negócios.
Uma das coisas que mais dificultam a permanência de mulheres nesses espaços é não se enxergarem como parte do ambiente, e exemplos claros disso são: Uma mulher dentro de uma empresa que não se vê como líder porque não há uma mulher a quem possa se espelhar em um cargo de liderança; Procurar uma vaga de tecnologia, mas só ver homens ilustrando anúncios; Comparar seu salário com o de um homem que exerce as mesmas atividades e descobrir que ganha menos;
A cultura de que conhecimento tecnológico faz parte do universo masculino pode ter contribuído com que muitas mulheres se afastassem dessa área ao longo dos anos. Hoje, o número de mulheres que trabalham no setor é pequeno. De acordo com dados da organização Grils Who Code, 74% das meninas demonstram interesse pelas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, no entanto, apenas 0,4% delas escolhe seguir carreira na ciência da computação. No Brasil, o número de cursos de computação cresceu 586% nos últimos 24 anos, no entanto, o índice de mulheres matriculadas neles caiu de 34,89% para 15,53%.